sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A cegueira do amor

     Uma história que à muito tempo ouvi é o da cegueira do amor.Contam-se que uma vez reuniram-se todos os sentimentos e qualidades do homem em um lugar da terra.
     Uma certa vez a loucura, como sempre tão louca lhes falou:
-Vamos brincar de esconde-esconde? 
     A intriga levantou a sobrancelha intrigada e a curiosidade sem poder conter-se perguntou: 
-Esconde-esconde?Como é isso?
-é um jogo, explicou a loucura, em que eu fecho os olhos,conto até trinta enquanto vocês se escondem.Quando eu terminar de contar começo a procurar e o primeiro que eu encontra ocupa meu lugar no jogo.
   Quase todos participaram como o entusiasmo,a euforia,a dúvida e a simpatia. Mas nem todos participaram, a verdade preferiu não se esconder.
-Para quê se esconder, se no final todos me descobrem? Pensou a verdade.
     A soberba opnou que era um jogo muito tolo, mas no fundo o que a incomodava era que a ideia não tinha sido dela. Bem, a covardia preferiu não se arriscar.
-um, dois, três...Começou a contar a loucura.
      A primeira a se esconder foi a pressa que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho. A subiu ao céu e a inveja subiu na mais alta árvore.A generosidade quase não conseguiu se esconder, pois cada local que achava lhe parecia maravilhoso para alguns de seus amigos, ao contrário do egoísmo que encontrou um ótimo lugar só para ele.
     A mentira, se escondeu no fundo do oceano.(Mentira, foi atrás do arco-íris). E o esquecimento, bem...Não me recordo onde se escondeu...
       Quando a loucura estava estava lá pelos vinte e oito, apenas o amor ainda não havia achado um lugar para se esconder, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma roseira e decidiu ocultar-se entre as rosas.
-Trinta...Terminou de contar a loucura e começou a procurar, a primeira a ser achada foi a pressa que estava somente a três passos de uma pedra. Depois escutou a discutindo com Deus sobre zoologia, em um descuido encontrou a inveja, é claro pode-se deduzir onde estava o triunfo. O egoísmo não precisou ser procurado,saiu correndo de seu esconderijo que era um ninho de sábia e a dúvida foi mais fácil ainda, encontrou-a sentada em uma pedra sem decidir onde iria se esconder.
         E assim foi encontrando todos, o  talento nas ervas secas, a angústia em uma cova escura, apenas o amor não aparecia. Quando a loucura estava dando-se por vencida, encontrou a roseira, pegou uma faquinha e começou a mover os ramos, no mesmo instante ouviu-se um doloroso grito, os espinhos tinha ferido o amor nos olhos.
         A loucura não sabia o que fazer para desculpar-se, chorou, rezou, implorou e até prometeu ser seu guia. Desde então o amor é cego e a loucura sempre o acompanha.
             
Maria Gabrielle Morais da Silva


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