Amanda F. Ribeiro

Era uma tarde de primavera, quando bateram na porta. Sophie estava na sala de estar, lendo um livro de romance, quando ouviu o som das batidas na porta. Ao abri-la deparou-se com um menino vestido de forma discreta, mas visivelmente mimado pelos cuidados da mãe. O menino segurava um lindo buque de violetas, eram as flores favoritas de Sophie, “São para a Srtª Sophie. ” disse o menino. Sophie estava tão encantada com as flores que nem ouviu o que o menino disse, abraçou as flores com um brilho nos olhos tão puro e tão belo que é impossível descrever. Agradeceu ao menino com um beijo na testa e entrou em casa. O perfume das flores invadiu o ambiente, era um aroma tão maravilhoso que fez as cores neutras das paredes parecerem cores de uma manhã ensolarada de verão. Sophie tinha um sorriso nos lábios e um coração que palpitava incrivelmente rápido. Enquanto admirava as flores reparou um pequeno bilhete branco cuidadosamente dobrado e guardado de forma indiscreta pelas flores. Sophie pôs as flores em um vaso e pegou o bilhete, delicadamente o abriu e leu: “Querida Sophie, espero que tenha gostado das flores, quando as vi imaginei você segurando-as. Encontre-me no lago, debaixo da velha árvore assim que as receber. Ass.:O homem que mais te ama no mundo”.
Sophie não teve outra reação se não largar o bilhete sobre a mesa, correr até a porta e ir desesperadamente até o lago. Quando chegou no lago, olhou para a velha árvore procurando qualquer movimento, qualquer sinal de vida que ali estivesse, mas infelizmente nada encontrou. Desanimada, Sophie sentou debaixo da velha árvore e olhou para o lago com uma tristeza tão grande nos olhos, como se todo o amor que fora transmitido por aquelas flores fosse falso, apenas um indício de um amor que não existisse ou que não daria certo. Nem a beleza do lago foi capaz de reanimá-la. Sophie abaixou sua cabeça com uma vontade tão grande de chorar suas magoas sobre os joelhos, sentiu-se derrubada, uma enorme tristeza invadia seus pensamentos. Entretanto ouviu galopes de cavalo que vinham ao longe, Sophie levantou-se na esperança de ver quem seria aquela figura que vinha cavalgando sobre as flores do imenso jardim que havia em frente ao lago, mas tudo o que conseguia ver era uma imagem embaçada de um rapaz montado num cavalo. Até que o cavalo parou à dois metros de Sophie, e só aí pôde ver com clareza quem era que se aproximava.
Era um rapaz alto, forte, ombros largos montado sobre um cavalo amarronzado, porém o rosto do rapaz tinha expressões suaves, o que dava a total certeza de que era um rapaz sensível e doce. Então Sophie reconheceu o rapaz, porém não acreditava no que via, as lagrimas que deviam ser de tristeza e desanimo escorreram pelo rosto de Sophie representando alegria e amor. Era Thiago, o grande amor da sua vida. Não o via há um ano, ele havia viajado para o outro lado do país para resolver um assunto mal-acabado: terminar o noivado com uma moça pela qual havia sido prometido, e só poderia voltar quando resolvesse completamente, havia se apaixonado por Sophie à primeira vista, mas não poderiam ficar juntos por causa do noivado. Quando os dois se reencontraram naquele lindo jardim, encheram-se de emoção, e ficaram sem palavras. A única reação que tiveram foi correr em direção ao outro, e quando finalmente os corpos se encontraram, um imenso sorriso surgiu em suas faces, e para completar aquele momento inesquecível, um beijo carinhoso e apaixonado. Não havia outra coisa que pudesse fazer aquele momento ser perfeito e inesquecível. Finalmente estavam juntos e nada poderia distanciá-los outra vez.